sábado, 30 de julho de 2011

Instagram II - a polêmica continua

Nunca imaginei que um assunto fosse render tanto quanto este. Em todo site sobre fotografia que acesso tem alguém defendendo ou criticando o uso deste programinha que ficou famoso entre usuários de iPphone e quem frequenta as redes sociais. Mesmo se vc não tem um iPhone, cedo ou tarde vai receber uma imagem feita por alguém que tem. O Instagram nada mais é que um programa que oferece filtros com efeitos que simulam as fotos de alguns tipos antigos de cameras. Aliás, é apenas um entre dezenas de outros programas para fotografia com efeitos diferentes e muito criativos. O nome vem de uma mistura entre "Instant" e "Telegram". O que poucos sabem é que um brasileiro é o inventor deste programa! O Instagram foi criado pelo brasileiro Mike Krieger e seu amigo Kevin Systron, que explicam como tudo começou:
Quando éramos crianças nós amávamos brincar com câmeras como as antigas Polaroid. Elas se intitulavam "instant". Também sentimos que as pessoas estavam tirando fotos e enviando-as como uma espécie de telegrama nas redes sociais. Assim, pensamos: porque não combinar os dois?


Polêmica na rede

Uma pessoa que admiro muito profissionalmente é o professor e fotógrafo paulista Clicio Barroso. Já li muitos artigos dele e vi vários trabalhos de excelente qualidade produzidos por este profissional. Em seu blog, recentemente um post defendendo a liberdade que o uso do I-Phone proporciona para o fotógrafo acabou gerando uma ampla discussão, que em alguns momentos chegou a ficar pesada. Em resumo, quem defende os novos aplicativos, entende que é apenas mais um jeito de fazer o mesmo que se faz desde que existem cameras fotográficas: registrar uma imagem. A melhor ou pior qualidade vai depender da habilidade de cada um. Já quem não gosta, entende que se trata de uma banalização da fotografia, de uma repetição interminável dos mesmos efeitos aplicados sobre imagens nem sempre boas (para conferir o post original e toda a discussão, acesse http://www.clicio.com.br/blog/2011/instagram-vicio-ou-virtude/.
De minha parte, creio que tanto faz usar uma camera de celular com programas de pós-produção, ou bater a foto em RAW ( sistema de arquivamento que mantém os registros mais fiéis possíveis às condições em que a imagem foi feita) e depois tratar no Photoshop ou Lightroom. Ou ainda usar a velha camera de filme e depois manipular a foto num laboratório, "puxando" contrastes, escurecendo e clareando áreas da foto, como tantas vêzes foi feito no passado. Se a foto é ruim, a composição é pobre, o enquadramento tem problemas, o conteúdo é fraco, enfim, se a imagem não transmite nada, então tanto faz a forma como foi captada e pós-produzida: será sempre uma imagem ruim.
Em tempo: estou usando o I-Phone e não só fotografando, como também aplicando o Instagram e outra dezena de programinhas legais que já baixei no celular. Algumas imagens são estas aqui, foram feitas com os aplicativos Instagram (as duas primeiras), Paper Camera (as duas seguintes), Old Photopro, e Hipstamatic. Vejam e tirem suas próprias conclusões:

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Luta pela vida

Era cedo da manhã de um raro dia de sol neste julho chuvoso do Rio Grande do Sul. Estava caminhando próximo a piscina do meu sítio, quando chamou a atenção um pequeno ponto isolado na água. Ao me aproximar, acabei encontrando a pequena abelha que lutava para escapar da inusitada situação. Uma cena de curiosa beleza, algo surreal (se eu não contasse que era uma piscina, o leitor poderia imaginar outros cenários...). Como estava com a camera - a ocasião sempre faz o fotógrafo - tirei algumas fotos já pensando nesta postagem. Essa, aliás, é uma questão que sempre provocou discussões entre jornalistas: ao ver uma situação de risco, o profissional deve parar o que está fazendo - reportando um fato - e interferir, salvando uma vida se necessário? Ou deve se manter alheio, afinal a atividade do jornalista não inclui o "protagonismo", somos sempre periféricos aos verdadeiros atores? Na "vida real" e em outras circunstâncias não sei o que teria acontecido, mas na "verdadeira vida real" esta abelhinha foi retirada da água e colocada a salvo numa folhagem próxima. Ponto para a vida.

Dados técnicos: usei uma camera Canon G12, f9 e velocidade 1/640


segunda-feira, 18 de julho de 2011

Chuva

Chove há três dias sem parar, e a previsão é de que continue assim pelo menos mais três dias. Há quem prefira, nestes casos, limitar a vida aos deslocamentos necessários e mínimos. Mas há também quem veja nisso a oportunidade para encontrar algo diferente nas ruas, nas paisagens. Fotógrafos podem se aproveitar desta condição do tempo para produzir belas e interessantes imagens. A céu cinzento costuma funcionar como um grande difusor de luz, mantendo uma iluminação natural mais constante do que nos dias de sol pleno. As ruas molhadas, em especial à noite, refletem as luzes criando um belo efeito "espelho". A seguir, reproduzo artigo do prof. Ênio Leite (publicado originalmente no ótimo site http://www.fotografia-dg.com), com vários macetes e técnicas para fotografar em dias de chuva:

Arrisque-se

Tempo ruim não significa fotografias ruins. A chuva só muda as opções e prepara o cenário para oportunidades únicas de fotos. Neblina, por exemplo, pode suavizar cores e dar leveza a objetos no plano de fundo, tornando etérea e misteriosa a aparência de um lago ou um parque nas redondezas.
Até o céu nublado pode ser utilizado em seu benefício. Contrastes de cores são atenuados em dias cinzentos e as cores parecem mais ricas, criando o cenário perfeito para fotos de árvores e plantas. Dias nublados e com neblina também proporcionam uma oportunidade perfeita para fotografar em preto-e-branco.













Após a tempestade

Tempestades e chuva forte adicionam força e drama às imagens. Após uma tempestade é um momento particularmente bom para fotos espetaculares de paisagens. O sol está começando a aparecer e nuvens escuras ainda podem ser vistas a distância. A combinação do brilho do sol com o céu escuro cria um cenário extraordinário. Tudo parece limpo e resplandecente, as cores parecem intensas e os objetos brilham sob os raios do sol que nasce.

Dica rápida: O arco-íris proporciona fotos incríveis. Eles são formados pela refração da luz pelas gotas de chuva e, normalmente, essas condições ocorrem antes ou depois de uma tempestade. Assim, seja rápido ao ver um arco-íris. A tempestade pode parar repentinamente e o reflexo das superfícies molhadas pode desaparecer em um instante.

Retrato de poças de água


E as poças quase sempre despercebidas? Pense em todos os efeitos interessantes de reflexos que podem ser capturados nessas pequenas porções de água: as árvores, as nuvens do céu ou o reflexo das luzes da cidade. Poças atraem crianças como um ímã, fornecendo excelente oportunidade para fotos não posadas. Mais um motivo para manter uma câmera digital à mão!

Dica rápida: Durante um temporal, mantenha sempre a câmera dentro da jaqueta ou abrigo. E, para proteção adicional, use um saco de plástico transparente, à prova d’água. Basta um buraco para a lente e vá em frente! Pronto! Você criou uma capa de chuva instantânea para sua câmera. Sempre carregue um pano limpo ou lenço de papel para enxugar as gotas d’água.

Projetos de fotos em dias de chuva

Dias chuvosos não são excelentes apenas para passear com a câmera; também são uma oportunidade maravilhosa de iniciar um projeto de fotos. Amplie uma bonita foto de um dia chuvoso para enfeitar seu escritório doméstico ou o quarto do bebê com uma peça contemplativa. Reúna instantâneos em um álbum de fotos ou de recordações. Ou envie algumas fotos em uma carta para alguém que esteja distante e compartilhe a alegria de brincar na chuva.

Dicas importantes

Use sempre filtro UV para proteger a objectiva e mantenha-a sempre tampada.

Nunca deixe pilhas ou baterias dentro do seu equipamento por muito tempo sem uso. Tenha sempre pilhas ou baterias extras dentro da bolsa.
Por-do-sol

Para fotografar pessoas com pôr-do-sol ao fundo, é aconselhável que se utilize o flash da câmera para iluminar o assunto principal e evitar que o mesmo apareça na sombra.
Paisagem

Para tornar as fotografias de paisagem mais agradáveis ao olhar, é interessante evitar posicionar a linha do horizonte no centro do enquadramento. Na maioria das vezes, o resultado fica melhor quando se desloca a linha do horizonte mais abaixo ou mais acima do centro da imagem.
Dias nublados

Apesar da maioria das pessoas não gostar de fotografar em dias nublados, essa é uma ótima condição de luz para retratos de pessoas, pois oferece uma iluminação suave e sem sombras fortes. Uma boa dica para se fotografar nessas condições é evitar incluir grandes porções de céu no enquadramento e procurar ter um fundo mais escuro que o assunto principal.

Prof. Dr. Enio Leite

Fotografo de imprensa desde 1967, prestando serviços para os Diários Associados e professor do Sesc e do Curso de Artes Fotográficas Senac Dr. Vila Nova, São Paulo. Fotografo do Jornal da Tarde em 1972 -1973. Em 1975, funda a Focus - Escola de Fotografia.Professor de fotografia publicitária da Escola Superior de Propaganda e Marketing, (ESPM), 1982/84. Mestre em Ciências da Comunicação em 1990, pela Escola de Comunicação e Artes, USP. Doutor em Fotografia Publicitária, em 1993, pela UNIZH , Suíça. Atualmente leciona em várias universidades e atua como fotografo independente em agencias de propaganda e agencias internacionais de notícias. Colabora com artigos sobre fotografia e filosofia da imagem para veículos nacionais e internacionais.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

George Harrison, novas imagens



Poucos artistas foram tão fotografados, filmados, gravados, seguidos e perseguidos quanto os Beatles. Cada Beatle-ação era um evento. Assim, não é incomum que de tempos em tempos surjam materiais inéditos sobre os integrantes do quarteto. É o que chega agora com GEORGE HARRISON: Living in the Material World. O documentário traz o olhar imaginativo e inspirado de um dos mais eminentes cineastas sobre um dos homens mais influentes do mundo. O filme leva o espectador na viagem musical e espiritual que foi a vida de George Harrison, muito do que disse em suas próprias palavras. O resultado é profundamente comovente e toca cada espectador de forma única e individual.

O diretor Martin Scorsese traça a vida de Harrison do seu início musical em Liverpool através de sua vida como músico, um buscador, um filantropo e cineasta. Scorsese entrelaça entrevistas com Harrison e seus amigos mais próximos, performances, filmes caseiros e fotografias. Muito do material do filme nunca foi visto (ou ouvido) antes. O resultado é um raro vislumbre da mente e da alma de um dos artistas mais talentosos de sua geração e uma obra profundamente íntima.

O filme inclui entrevistas com Eric Clapton, Terry Gilliam, Eric Idle, George Martin, Paul McCartney, Yoko Ono, Tom Petty, Phil Spector, Ringo Starr e Jackie Stewart. Eles falam de forma honesta e franca sobre os muitos talentos de George e suas contradições.

E os fãs de George não poderão reclamar. N
o final de setembro, a editora Abrams Books irá publicar George Olivia Harrison Harrison: Vivendo no Mundo Material, um arquivo pessoal de fotografias, cartas, diários e memórias da vida de George, que revela o arco de sua vida, desde sua infância guitarra obcecado em Liverpool, para o espanto dos anos Beatles, para seus dias como um músico independente e escudeiro boêmio. O lançamento do livro é destinado para coincidir com o lançamento do filme de Scorsese.

Para terminar, nada como curtir um pouco do som do Harrison. Essa é uma das minhas favoritas:

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Macrofotografia


Um dos ramos da fotografia que mais costuma atrair os fotógrafos (em especial os amadores e os iniciantes, mas não necessariamente apenas estes) é o da macrofotografia. Com a popularização dos equipamentos digitais, mesmo as mais modestas cameras possuem uma função macro. Tal recurso permite acesso a um mundo de imagens até então restrito aos equipamentos profissionais e suas lentes poderosas. Resultado: não há quem não tenha tentado flagrar o interior de uma flor ou algum pequeno detalhe de um objeto caseiro. É preciso apenas atentar para a definição correta de macrofotografia: a imagem cujo tamanho no sensor é maior que meia ou uma vez a real. Não se confunda, portanto, com close up ou ainda o big close up.
Como técnica, se por um lado serve como treinamento para "educar" o olhar, por outro existem profissionais que se dedicam exaustivamente à captação em macro. Não há porque desprezar o estilo ou reduzí-lo à condição de estágio inicial da fotografia. Uma macro bem feita pode revelar imagens impressionantes e de rara beleza ou curiosidade.

A maioria das câmeras compactas possui a função macro nos modos de cena, que focaliza objetos a uma curta distância e evidenciando detalhes com clareza. No entanto, para melhores resultados, são indicadas câmeras semiprofissionais ou profissionais que possam ter a lente macro acoplada em si. Além das lentes de das câmeras, é de pouco conhecimento do público o uso de flashes na macrofotografia. O flash mais eficiente para ser usado neste caso é o flash de anel. Este flash é acoplado diretamente na frente da objetiva e isso facilita o direcionamento da luz do flash no objeto.
Como os objetos a serem fotografados na macrofotografia são muito pequenos, os flashes comuns que ficam no topo da câmera, acima da objetiva, costumam produzir um efeito menos eficiente, pois o direcionamento da luz é diferente do direcionamento da lente e do objeto.

Créditos das fotos: José Pedro Villalobos
Fonte para pesquisa: Gabriela Porto em www.infoescola.com

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Imagens do frio

Cada estação tem a sua beleza. No verão a intensidade dos raios do sol, a luminosidade exuberante; na primavera o espetáculo do renascimento da natureza, as flores; no outono o tom amarelo-avermelhado das folhas caídas no chão contrasta com o céu cinzento. No inverno a beleza está nas imagens geradas pelo resfriamento das paisagens. Nos lugares onde o termômetro atinge suas temperaturas mais baixas, lagos gelados e paisagens cobertas pela geada fazem a beleza da estação. Assim é o período que estamos vivendo agora no Rio Grande do Sul, Brasil. As chuvas comuns no período costumam limpar a atmosfera, favorecendo os contrastes.



Créditos das imagens (de cima para baixo): Lauro Alves, Luis Frey, Daniela Xu, Liane Castilhos (publicadas em Zero Hora de 04/07/11)