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quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Escher, um universo fantástico de ilusão e imagens

O que diferencia o olhar de uma pessoa criativa do de uma pessoa comum? Muitas podem ser as respostas, mas uma que me ocorre agora é a capacidade de "ver" as coisas - formas, objetos, texturas etc - onde os outros não conseguem enxergar nada. É mais ou menos como o arquiteto que olha para um terreno coberto de mato e visualiza uma construção repleta de recantos. Ou o artista plástico que consegue extrair de um pedaço de rocha uma forma surpreendente. Algumas visualizações são bastante pessoais, herméticas até. Exigem um grau de abstração que nem todos podem alcançar. Não me parece o caso das obras de Escher, que apesar da complexidade, podem ser decifráveis por um olhar mais atento, ainda que não percam nunca o caráter fantástico de sua concepção.

Maurits Cornelis Escher (Leeuwarden, 17 de junho de 1898 - Hilversum, 27 de março de 1972) foi um artista gráfico holandês conhecido pelas suas xilogravuras,litografias e meios-tons (mezzotints), que tendem a representar construções impossíveis, preenchimento regular do plano, explorações do infinito e as metamorfoses - padrões geométricos entrecruzados que se transformam gradualmente para formas completamente diferentes. Um sentido realmente "líquido" para as imagens, uma vez que adquirem o sentido de acordo com o que capta o olhar de quem observa.

Obra

Uma das principais contribuições da obra deste artista está em sua capacidade de gerar imagens com efeitos de ilusões de ótica. Foi numa visita à Alhambra, na Espanha, que o artista conheceu e se encantou pelos mosaicos que havia neste palácio de construção árabe. Escher achou muito interessante as formas como cada figura se entrelaçava a outra e se repetia, formando belos padrões geométricos. Este foi o ponto de partida para os seus trabalhos mais famosos, que consistiam no preenchimento regular do plano, normalmente utilizando imagens geométricas e não figurativas, como os árabes faziam por causa dareligião muçulmana, que proíbe tais representações.

A partir de uma malha de polígonos, regulares ou não, Escher fazia mudanças, mas sem alterar a área do polígono original. Assim surgiam figuras de homens, peixes, aves, lagartos, todos envolvidos de tal forma que nenhum poderia mais se mexer. Tudo representado num plano bidimensional. Destacam-se também os trabalhos do artista que exploram o espaço. Escher brincava com o fato de ter que representar o espaço, que é tridimensional, num plano bidimensional, como a folha de papel. Com isto ele criava figuras impossíveis, representações distorcidas, paradoxos. Mais tarde ele foi considerado como um grande matemático geométrico.

Fonte: Wikipedia

O documentário a seguir traz uma rica amostragem da vida deste fantástico artista.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Mil palavras







"Uma imagem vale mais do que mil palavras". Para mim, esta é uma das expressões mais interessantes que existem. Na imagem temos o sentido completo do momento - ainda que fragmentado, "editado" pelo olhar de quem opera a camera, o celular, enfim. Prescindimos da palavra para descrever a cena. Olhamos e deixamos que o cérebro faça seu trabalho. Por mais que às vêzes o significado não seja claro, ou esteja obscurecido por algum detalhe. Ou ainda porque fomos traídos pelo sentido (da visão) e não percebemos a complexidade da imagem. Olhares desatentos geram compreensões parciais, imprecisas, na verdade não criam boa compreensão. Para que a imagem valha de fato mais do que mil palavras - e assim prescinda delas - é preciso que o olhar seja efetivo, profundo, atento, capaz de perceber mesmo o que não está facilmente aparente. Confesso que não sou sempre assim. Na verdade, não tenho muita paciência para ficar olhando minutos a fio para um quadro, por exemplo. Sou um péssimo visitante de exposições - a urgência de conferir todas as obras não me dá trégua e não descanso enquanto não olhar tudo o que há para ser visto. E é aí que reside o problema: ao querer olhar "tudo", deixo para trás uma infinidade de detalhes que poderiam ajudar na compreensão da obra. Curioso que o mesmo não se dá quando estou atrás do visor de uma camera. A moldura me fornece o foco suficiente para buscar a atenção que falta a olho nú. É como se precisasse "enquadrar" a visão para ter uma percepção completa. Faz sentido?

sábado, 5 de novembro de 2011

Todos que fazem imagens são jornalistas?

A popularização das câmeras digitais de diversos formatos, qualidade de imagem e preços, sem falar nas câmeras dos celulares, traz uma consequência: cada pessoa passou a ser um fotógrafo ou cameraman em potencial. Mas será que todos são, por extensão, jornalistas? As empresas jornalísticas incentivam o envio de imagens por parte de seus leitores, internautas e telespectadores. Até onde isso pode comprometer a credibilidade das notícias? Por trás desta questão está o debate sobre a formação profissional do jornalista. Em tese - e falo "em tese" para não incorrer no erro de supor que todo jornalista é, por extensão, um repórter cinematográfico ou fotográfico - este profissional possui a condição técnica e de responsabilidade para definir o que deve ou não ser publicado. Mais que isso, um jornalista sabe que um mesmo fato pode ter várias versões. Assim, antes de publicar a foto ou o video de um flagrante - para citar o tipo de imagem mais comumente oferecida às redações pelos "amadores" - vai necessariamente conferir as condições em que se deu o fato, a história por trás da imagem e ouvir os lados envolvidos para que todos possam se pronunciar.

Filtros

É óbvio que as redações devem ter "filtros" e sistemas de checagem para avaliar e avalizar a publicação do material "amador". Sem isso corre-se o risco de dar uma "barrigada" - no jargão jornalístico, cometer um erro grosseiro. Também parece bem óbvio que nenhuma empresa minimamente séria iria basear seu notíciário apenas em imagens oferecidas por não-profissionais. Mesmo porque, enquanto o "leitor-repórter" é ocasional, o profissional estará cumprindo sua carga de trabalho diária e suas pautas.
Por outro lado parece irreversível o movimento de participação das pessoas na vida dos meios de comunicação. Se antes todos eram leitores, ouvintes e telespectadores passivos, hoje a palavra de ordem é interação: não basta apenas acompanhar o conteúdo, é preciso participar. Já para os profissionais da imagem, não há outro caminho: estudar muito, aperfeiçoar-se para ter um diferencial verdadeiro. Se antigamente era comum que fotógrafos começassem como auxiliares de laboratório, motoristas ou contínuos das redações, hoje a maioria dos editores exige curso superior. Segundo Gustavo Roth , da Folha de São Paulo, “a fotografia atualmente cobre assuntos mais frios, tem mais retratos e precisa de mais análise; o fotógrafo precisa de conhecimento e referências; deve ter conceitos de ética, de como funciona a publicação.”

terça-feira, 14 de junho de 2011

Por quê Imagens Líquidas?

Tenho uma tese: imagens possuem a capacidade de se adaptar ao formato em que foram captadas e/ou produzidas. Assim como um líquido se adequa ao frasco onde é depositado - e aqui roubo parte do conceito de Zygmunt Bauman, autor de "Modernidade Líquida", para lembrar que "os líquidos, diferentemente dos sólidos, não mantém sua forma com facilidade. Os fluidos não fixam o espaço nem prendem o tempo." - também as imagens são passíveis de sofrer influências dos processos pelos quais foram capturadas e de quem as capturou. Cabem, portanto, no "frasco do olhar" de cada um, na técnica e na forma como são apresentadas e interpretadas. Cabem tanto na moldura rígida quanto na projeção etérea. Não raro transcendem a simples representação gráfica e ganham outros significados pela forma como são percebidas.
A idéia deste Blog é manter um espaço aberto para a visualização, discussão, apreciação, das diversas formas de imagens. Seja pela pintura, pelo desenho, pela captação fotográfica físico/química ou digital, pelo vídeo ou pelo cinema, por uma máquina de fotocópias, enfim, todos os modos são aceitos para a consideração dos visitantes.