quinta-feira, 30 de junho de 2011

Aventura da imagem

Quem gosta de belas e criativas imagens sempre se pergunta "como" aquilo foi feito... A técnica, as dificuldades, a "aventura" por trás de cada cena... Esse pequeno vídeo é de uma beleza impressionante. Do tipo que faz a gente dizer "quando eu crescer, quero fazer assim...". Sem mais, enjoy it!

DARK SIDE OF THE LENS from Astray Films on Vimeo.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Fotografia, vida e morte

Vasculhando páginas sobre fotografia na internet, encontrei o site "Câmara Obscura" de Rodrigo Fernando Pereira, mestre e doutorando em psicologia clínica pela USP, além de fotógrafo (of course) amador e estudioso do assunto. No texto que está linkado logo abaixo, o autor teoriza sobre o universo da fotografia e sua relação com a morte.
Não deixa de ser perturbador pensar que, de uma certa forma, aprisionamos fantasmas ao fotografar alguém, um fato, uma situação. Por isso a fotografia, por mais produzida, será sempre um "instantâneo", a captura de um instante, um segundo que passou e jamais retornará. Olhar um antigo álbum de família, daqueles que ainda tem fotos em preto e branco, passa a ser uma experiência de transcendência. Às imagens ampliadas se misturam lembranças de sons, movimentos, vozes... Podem ser pessoas, animais, lugares... Isso sem falar nos sentimentos que permeiam os fragmentos de memória - ou o desejo de ter vivido um tempo que não é o presente (referência direta - Meia-noite em Paris, trabalho mais recente de Woody Allen, que brinca com a pergunta: em qual época você gostaria de ter vivido?). Confesso que muitas vêzes me imaginei vivendo em outros lugares e épocas, convivendo com aquelas pessoas "imortalizadas" em fotografias ou filmes antigos...Se isso é uma experiência de morte ou de vida, cada um decide. Ah, para ilustrar este post, a foto é de Porto Alegre no começo do século XX.
http://camaraobscura.fot.br/2011/06/24/fotografia-e-morte/

sábado, 25 de junho de 2011

Um Mestre: Luiz Carlos Felizardo

Muitas vêzes o trabalho de um profissional esbarra na distância entre teoria e prática. Mesmo um enorme conhecimento do assunto não se concretiza na prática. Nem sempre é possível transformar idéias em realidade. O fotógrafo gaúcho Luiz Carlos Felizardo parece ter sido abençoado com a capacidade de fazer as duas coisas. Ao ato de fotografar, une a condição de pensador sobre fotografia: "as imagens são coisas que aparentam; apenas aparentam ser aquilo que estão representando". Agora algumas de suas melhores imagens podem ser vistas no livro "A fotografia de Luiz Carlos Felizardo", editado pela Brasil Imagem. A obra traz ainda textos de Pedro Vasquez, Paula Ramos e Rubens Fernando Junior, além do próprio Felizardo.

Mais imagens de Felizardo e um pequeno perfil na página da Universidade Federal do Rio Grande do Sul: http://www.ufrgs.br/fotografia/port/05_portfolio/felizardo_2006/index.htm

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Grande Plano Geral, Close - teoria do Western

Quando estudamos roteiro e falamos sobre a nomenclatura e o significado dos planos, um exemplo que sempre surge é dos filmes de western: todo bang-bang começa, invariavelmente, com um Grande Plano Geral, uma cena de amplidão desértica, com o máximo de abertura de ângulo possível, onde ao fundo começa a surgir uma figura (via de regra um cavaleiro...). Uma sucessão de aproximações vai conduzindo o espectador até que o personagem assuma o primeiro plano. Além de ser uma sequência clássica, faz parte da estrutura narrativa e, por sí só, "conta" uma história: a amplidão do cenário, o homem solitário com uma missão (ou sem nenhuma), a vida errante... Já os Closes costumam aparecer em doses fartas neste tipo de filme. A expressão de mocinhos e bandidos é mostrada em detalhes, aumentando a dramaticidade das cenas.
Alguns filmes do gênero marcaram sua estética não apenas pela abertura em Grande Plano Geral, mas pela mescla de diversos planos em sequências memoráveis. Aliás, os filmes de western costumam ser "manuais" de técnicas de roteiro porque costumam seguir à risca a cartilha. Uma cena que até hoje serve como exemplo é esta, do megaclássico The Good, the Bad and the Ugly. São quase 9 minutos sem diálogo, numa interação perfeita entre música e planos:

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Câmera Viajante, o universo da fotopintura

Um documentário muito legal que tem passado seguidamente no Canal Brasil é o "Câmera Viajante", que fala sobre a atividade dos retratistas do nordeste. Eles trabalham uma técnica que se chama "fotopintura". É interessante notar as motivações de cada um, a paixão que o ofício exerce sobre eles... e principalmente o que conta na parte técnica: a nitidez da imagem. A revista Veja publicou reportagem sobre o assunto:
Fotopintura

E aqui o curta-metragem:

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Estética anos 60

Muito se fala sobre os anos 60: um período de liberdade, contestação,loucura, quebra de paradigmas... nas artes, nunca antes havia existido tamanho incentivo à experimentação. Muito do que foi produzido na época ainda é referência. Muito do que foi criado virou clássico. Em outro post deste blog comentei sobre os filtros do Instagram, que simulam efeitos curiosos, antigos... Bom, neste clip (que nem era chamado assim quando foi feito) dá para ver um efeito muito interessante de imagem. O tom magenta desbotado parece de revelação mal feita, mas com certeza atendia a uma proposta estética da banda. A propósito: a trilha é um clássico dos seriados e da surf music de todos os tempos. Enjoy it!

terça-feira, 21 de junho de 2011

Ken Parker - Quadrinhos, por que não?


Um gênero que lida com imagens e não raro é relegado ao segundo plano no mundo das artes é o das Histórias em Quadrinhos. Ainda que tenham surgido como parte das seções de entretenimento dos jornais, com o tempo as historietas ganharam uma sofisticação crescente. A história das HQs inicia, no final do século XIX, com a publicação de uma página de quadrinhos cômicos no jornal The New York World. Mais tarde, o Morning Journal, passou a publicar 8 páginas de quadrinhos em suplemento semanal. A concorrência e a vendagem implicaram no pontapé inicial da publicação de HQs, que, passaram a apresentar, além das imagens e textos, o personagem principal.

Um subgênero (se é que se pode chamar assim) que marcou minha infância foi o dos quadrinhos de western , formando principalmente pelo trio TEX - Zagor - Ken Parker. Dos três, este último era o meu preferido, não só pelo perfil "humano" do personagem e das histórias, mas também pelo traço refinado de Ivo Milazzo. Abaixo um pequeno perfil da série, retirado do site http://www.texbr.com/kenparker/personagens/kenparker.htm

Criado por Giancarlo Berardi e Ivo Milazzo em 1974 e baseado em um filme com Robert Redford ("Jeremiah Jonhson") este personagem mudou o conceito de quadrinhos e se tornou cult.

Nasceu em 20 de novembro de 1844 em Buffalo, Wyoming, tinha como pais Lucy e Jed Parker. Tinha também um irmão, Bill, que seria assassinado no primeiro número de Ken Parker, o que motivaria o herói a caçar os assassinos de seu irmão. Este acontecimento se dá em 29 de dezembro de 1868, o herói teria 24 anos.

Como melhores amigos Ken possui o índio Kamoose, o esquimó Oakpeha, a garota Pat O'Shane, seu filho Teddy (que vive em Boston), Belle e Dashiell Fox (um batedor do exército) e a cachorrinha Lily.Ken também é chamado de Rifle Comprido devido ao seu inseparável arcabuz Kentucky, usado na Revolução Francesa. Essa arma foi herdada de seu avô. Ken Parker estreou no Brasil em 1978, pela Editora Vecchi. Foram publicados 53 exemplares até agosto de 1983. Em 1990 Ken voltou com mais dois volumes pela Best News. A Editora Mythos retomou a publicação regular da série, presenteando os leitores com 18 edições desse herói tão cultuado pelos amantes de quadrinhos.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Prix de la Photographie, uma referência de qualidade

Considerado como referência em qualidade de imagem, o prêmio PX3 - Prix de la Photographie - é reconhecido também pela revelação de novos e talentosos fotógrafos do mundo inteiro, além da integração com o mundo parisiense das artes. As imagens concorrem nas categorias publicidade, fotojornalismo, book, fine art, retrato e natureza, dividas entre fotógrafos profissionais e não-profissionais. Há quem veja nas fotos um excesso de estilo ou de tratamento. Não há instantâneos, todas as imagens são produzidas - muito produzidas em alguns casos. O que não dá para negar é a beleza das fotos. Mesmo para quem tem restrições, vale conhecer e tomar contato com um universo possível da criação fotográfica.
http://px3.fr/

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Hot Shots & Lomografia

Um livro bem bacana sobre fotografia é este:



"Hot Shots, faça de cada foto a sua melhor", de Kevin Meredith. É uma espécie de guia de consulta rápida, que trata de assuntos como composição, iluminação, enquadramento, edição... O diferencial da obra é que o autor faz praticamente todas as fotos com cameras Lomo. Para quem não sabe, as cameras Lomo são modelos antigos, de filme, com foco por zonas. Isso significa que elas não têm autofoco, ou seja: você "foca" ajustando a distância entre a camera e o assunto; não é possível ver se o foco está correto nem olhando pelo visor. Estranho? Aí que está a graça. As imagens costumam ficar um pouco borradas, com um tipo de vinhetagem (aquele sombreamento nas bordas) constante e cores que "puxam" para um tom ou outro conforme o modelo da máquina. Via de regra as cameras Lomo são feitas de plástico, com visual "retrô", e preço que varia de US$ 50.00 a US$ 150.00 (cotação pelo site e-bay). Se é mais um modismo? Bom, até o Brad Pitt já foi visto usando uma... Para quem só se interessa pela técnica, o livro traz algumas "sacadas" bem interessantes.

Instagram or not Instagram?

Não é de agora que o uso do super popular filtro de imagens do I-Phone provoca amores e ódios... para quem usa, é um tratamento fácil que gera efeitos bacanas nas fotos; quem não gosta diz que é só um modismo, desvirtua a essência das imagens e na verdade transforma qualquer foto ruinzinha em "cool". Será? Acho que nem tanto ao céu, nem tanto à terra. Existem imagens boas e ruins com ou sem Instagram, Photoshop, Lightroom... o que faz a qualidade de uma imagem - além de alguns fatores técnicos básicos (que também podem ser deixados de lado de acordo com a intenção do fotógrafo...)- é o impacto que provoca no espectador. Não quero simplificar demais a questão, afinal existe uma discussão séria sobre o assunto principalmente quando se trata de fotojornalismo, mas o mote deste blog é a defesa da liberdade de criação e de formatos. Assim, com ou sem filtro, é preciso buscar a essência da imagem, o que ela transmite, a intenção do artista ou do fotógrafo ou do cinegrafista... Cada começa a análise por onde quiser: pode ser pela emoção, ou pela estética, tanto faz, cada pessoa tem valores próprios e são eles que determinam o que gosta, emociona, impacta, ou não.
Para não perder o bom humor, olha só a "notícia" que o jornal fake "O Sensacionalista" lançou... Divirta-se: Instagr.am lança filtro anti-pretensão e perde 98% dos usuários

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Criação, um estado mental de atenção ao mundo

Mini documentário sobre a artista gaúcha Beatriz Balen Susin. Ela explica como é seu processo de criação, conceitos, o olhar sobre o mundo e as coisas...Vale conferir!

terça-feira, 14 de junho de 2011

Por quê Imagens Líquidas?

Tenho uma tese: imagens possuem a capacidade de se adaptar ao formato em que foram captadas e/ou produzidas. Assim como um líquido se adequa ao frasco onde é depositado - e aqui roubo parte do conceito de Zygmunt Bauman, autor de "Modernidade Líquida", para lembrar que "os líquidos, diferentemente dos sólidos, não mantém sua forma com facilidade. Os fluidos não fixam o espaço nem prendem o tempo." - também as imagens são passíveis de sofrer influências dos processos pelos quais foram capturadas e de quem as capturou. Cabem, portanto, no "frasco do olhar" de cada um, na técnica e na forma como são apresentadas e interpretadas. Cabem tanto na moldura rígida quanto na projeção etérea. Não raro transcendem a simples representação gráfica e ganham outros significados pela forma como são percebidas.
A idéia deste Blog é manter um espaço aberto para a visualização, discussão, apreciação, das diversas formas de imagens. Seja pela pintura, pelo desenho, pela captação fotográfica físico/química ou digital, pelo vídeo ou pelo cinema, por uma máquina de fotocópias, enfim, todos os modos são aceitos para a consideração dos visitantes.