A ideia do artista cubano Abelardo Morell foi criar câmaras escuras em quartos por onde passava. Para isso, toda luz era isolada do ambiente e apenas um furo deixava entrar luminosidade. Uma pinhole gigante. Assim, a paisagem externa era projetada na parede do quarto e Abelardo, de dentro da câmara escura, fazia uma foto da projeção.
Nascido em Cuba em 1948, e radicado nos Estados Unidos da América, Abelardo Morell é considerado um dos fotógrafos mais inovadores de um grupo de fotógrafos vanguardistas que, nos anos 90 do século XX, revelou-se contra a noção da fotografia como uma atividade culturalmente controlada.
Em contraste com os artistas pós-modernistas que, na década de 80, procuravam criticar o papel da fotografia dentro da cultura moderna, Morell – juntamente com Ellen Carey, Susan Desges, Adam Fuss, David Goldes, Mike e Doug Starn – concentrou os esforços em redescobrir o senso elementar de admiração e surpresa que a visão fotográfica provocava nos seus inventores e no primeiro público.
A série Câmara Obscura surge inspirada por um desejo em demonstrar o princípio da câmara obscura (literalmente, um quarto escurecido) aos seus alunos da universidade onde lecionava. Esta série foi também influenciada por seu filho Brady, cuja visão infantil levou Morell a revigorar o próprio olhar infantil e torná-lo objeto do trabalho fotográfico.
A capacidade de Morell de ver o mundo como novo e surpreendente evoca não somente a perspectiva de uma criança, mas também a de um completo estranho às tradições pictóricas do ocidente.
O video a seguir revela o modo de trabalho deste artista surpreendente.
Muito bacana, Zé!!!
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