Não é de hoje que se discute a manipulação de imagens - mais conhecida como "pós-produção". Já em 1932 um grupo de fotógrafos americanos, que entrou para a história como "Grupo f/64" (referência à menor abertura possível para uma lente na época, o que significa uma grande profundidade de campo e o consequente detalhamento da imagem), defendia a tese de que a fotografia não deveria estar presa a conceitos e modismos oriundos de outras artes, como a pintura. Além disso, deveria preservar ao máximo as características das fotos: nitidez, profundidade de campo, foco extremamente preciso, entre outras características que garantiriam à fotografia um realce expressivo dos detalhes. Além disso, a impressão se dava em papel brilhante e acetinado, o que garantiria a preservação do processo fotográfico genuíno.
Entre os integrantes do grupo estavam os fotógrafos Ansel Adams, Edward Weston, Willard Van Dyke e Imogen Cunningham. O manifesto lançado pelo f/64 ajuda a entender um pouco mais da proposta do grupo:
"- O nome do grupo deriva do número do diafragma das lentes fotográficas. Significa que se estendem ao máximo as qualidades de clarividência e definição da imagem fotográfica, que é um elemento importante no trabalho dos membros deste grupo.
- O objetivo principal do grupo é apresentar, em mostras frequentes, o que é considerado o melhor da fotografia contemporânea do Ocidente; além da mostra do trabalho dos membros do grupo, incluirá impressões de outros fotógrafos que evidenciem no seu trabalho tendências similares às do grupo.
- O Grupo F/64 não pretende dominar toda a fotografia ou indicar, através da sua seleção de membros, nenhuma opinião depreciativa de fotógrafos que não estão incluídos na mostra. Existem muitos trabalhadores da fotografia cujo estilo e técnica não estão relacionados com o domínio do grupo.
- O Grupo F/64 limita os seus membros, nomes individuais ou aqueles que lutam para definir a fotografia como uma forma de arte, a uma representação simples e direta através de métodos fotográficos. O Grupo não mostrará nenhum trabalho, em qualquer momento, que não esteja conforme o padrão da "fotografia pura". Os membros do Grupo F/64 acreditam que a fotografia enquanto forma de arte deve desenvolver-se ao longo das linhas definidas pela atualidade e limitações do meio fotográfico e deve manter-se sempre independente das convenções ideológicas da arte e da estética, que são reflexo de um dado período e cultura anteriores ao crescimento técnico da fotografia.
- O Grupo apreciará informação respeitante a qualquer trabalhador sério na área da fotografia que tenha escapado à sua atenção e, por último, é favorável à criação de um fórum de fotografia moderna."







aphytalk: você acredita que o filme fotográfico pode voltar?
Os defensores do filme ainda argumentam com a qualidade insuperável do processo físico-químico: a precisão da luz que incide sobre a película é muito superior à que ocorre sobre um sensor. Pelo menos por enquanto. Por outro lado, a versatilidade e a facilidade de operação das cameras digitais não encontra parâmetros entre os equipamentos antigos. Nas digitais, numa mesma plataforma (estou empregando o termo de forma proposital, ainda que um tanto impreciso) estão a antiga camera, o laboratório e, em alguns casos, até o meio de publicação ou exibição. De fato, o filme não deixou de existir; tampouco as cameras de filme. É só entrar em sites de material fotográfico para encontrar diversas ofertas, mais ou menos sofisticadas. 





















