domingo, 11 de setembro de 2011

Guerra urbana

Viver num país que não está em guerra contra outras nações não nos garante a paz. Se não temos a guerra externa, inúmeros conflitos internos não nos deixam esquecer como pode ser terrível ficar sob uma chuva de tiros. No Rio de Janeiro, desde novembro de 2010 as autoridades policiais, com apoio do exército, marinha e aeronáutica, decidiram comprar a briga contra o tráfico de drogas. A decisão veio depois de uma série de ataques que mais pareciam cenas dos países eternamente conflituados do oriente médio: carros e ônibus queimados pelas ruas da cidade. Nos dias 25 e 28 de novembro ocorreu a invasão da Vila Cruzeiro e do Complexo do Alemão. A imprensa registrou quase passo a passo o processo de tomada das áreas antes comandadas pelo tráfico. Imagens mostravam a fuga das quadrilhas. Para acompanhar tudo, outro exército, munido de cameras, celulares e qualquer equipamento capaz de registrar em imagens as cenas de guerra. Fotógrafos e cinegrafistas costumam atuar na linha de frente dos conflitos. Em busca da melhor cena, do melhor ângulo, o sangue congela e o visor da camera parece dar um distanciamento dos acontecimentos capaz de garantir a segurança. Ilusão, é claro. Que o diga o fotógrafo da Reuters, Paulo Whitaker(foto ao lado), baleado no ombro durante as operaçõs no Complexo do Alemão. Apesar do ferimento não ser grave, revela o risco extremo a que estão submetidos os profissionais de imprensa nestas situações. Nem o capacete e o colete à prova de balas impediram a bala de atingir o profissional.
Depois de um período de comemoração das autoridades sobre uma presumida paz, o Complexo do Alemão voltou ao noticiário com novos conflitos. Uma das ações policiais foi registrada em setembro de 2011 pelo repórter Vladimir Platonov, da EBC - Empresa Brasileira de Comunicação, com quem trabalhei na RBSTV há alguns anos. "Armado" com um celular, ele mostra que a situação não é tão pacífica quanto se desejaria. O texto que segue abaixo é do próprio Vladimir e explica melhor as imagens.:




"Guerra no Alemão. Tropa da 9a Brigada de Infantaria sobe o morro, na noite de 6 de setembro, em meio a tiros, bombas e balas traçantes. O objetivo era ocupar a estação Itararé do teleférico, de onde poderiam controlar a situação. O tiroteio durou mais de 2 horas. As imagens são de celular, do repórter Vladimir Platonow. Pelo jeito, o Alemão não está tão pacificado quanto se pensava..."

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