quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Nollywood

Cinema é arte ou indústria? Alternativa B se depender de Nollywood - como é chamada a indústria de cinema da Nigéria, que possui o terceiro maior mercado cinematográfico e é o maior produtor de filmes do planeta. Lá, até 2004, não existia nenhuma sala de cinema. Os filmes são feitos para DVD e vendidos em mercados populares. Os produtores têm pouco tempo para ganhar dinheiro, já que os próprios revendedores tratam de piratear os filmes para aumentar o lucro... E não são poucos títulos: cerca de 50 produções por semana (!) a um custo médio de US$ 20 mil. Alguns atores conseguem ganhar cerca de R$ 10 mil por mês, mais que um médico nigeriano.
Além disso, o cinema feito por nigerianos consegue falar com profundidade sobre a sua própria cultura. O que nos leva a uma reflexão: a autenticidade "tosca" dos filmes nigerianos poderia ser levada a sério numa discussão sobre a sétima arte ou ficamos apenas no âmbito dos negócios? Não será justamente esta simplicidade que tem o poder de fascinar o público local e apresentar - talvez de forma mais concreta - uma visão sobre a sociedade nigeriana do que um documentário pretensamente sério e "bem feito"? O povo não adora essas produções? Então, é ou não é arte, ainda que popular? Tudo bem, os filmes tem um padrão de qualidade baixíssimo, as histórias são prá lá de óbvias, eu e você não vemos esse tipo de filme mas... a bem da verdade vários "clássicos" dos anos 60 também são bastante toscos e com histórias que é melhor nem lembrar.
Então, sem qualquer julgamento, confira esta reportagem do Coletivo Catarse para o quadro Outro Olhar, exibido no telejornal da TV Brasil em 2008. Logo abaixo um trailler do "clássico" Evil Alter.




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