terça-feira, 15 de novembro de 2011

Mil palavras







"Uma imagem vale mais do que mil palavras". Para mim, esta é uma das expressões mais interessantes que existem. Na imagem temos o sentido completo do momento - ainda que fragmentado, "editado" pelo olhar de quem opera a camera, o celular, enfim. Prescindimos da palavra para descrever a cena. Olhamos e deixamos que o cérebro faça seu trabalho. Por mais que às vêzes o significado não seja claro, ou esteja obscurecido por algum detalhe. Ou ainda porque fomos traídos pelo sentido (da visão) e não percebemos a complexidade da imagem. Olhares desatentos geram compreensões parciais, imprecisas, na verdade não criam boa compreensão. Para que a imagem valha de fato mais do que mil palavras - e assim prescinda delas - é preciso que o olhar seja efetivo, profundo, atento, capaz de perceber mesmo o que não está facilmente aparente. Confesso que não sou sempre assim. Na verdade, não tenho muita paciência para ficar olhando minutos a fio para um quadro, por exemplo. Sou um péssimo visitante de exposições - a urgência de conferir todas as obras não me dá trégua e não descanso enquanto não olhar tudo o que há para ser visto. E é aí que reside o problema: ao querer olhar "tudo", deixo para trás uma infinidade de detalhes que poderiam ajudar na compreensão da obra. Curioso que o mesmo não se dá quando estou atrás do visor de uma camera. A moldura me fornece o foco suficiente para buscar a atenção que falta a olho nú. É como se precisasse "enquadrar" a visão para ter uma percepção completa. Faz sentido?

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